A Bigórnia tem o prazer de iniciar hoje a Czech Gearhead Tour, uma série com sequências de fotos que eu mesmo fiz durante as minhas andanças por alguns museus de carros (incluindo também caminhões, trens, motos, aviões e barcos) da República Tcheca entre o início e a metade deste mês, um país que podemos considerar como um dos berços do automóvel moderno pela engenharia de vanguarda que era referência mundial até pelo menos antes da Segunda Guerra Mundial. Felizmente, grande parte dessa memória é preservada através de alguns museus e também inúmeros livros sobre os fabricantes e modelos locais (uma grande pena não haver quase nada em inglês...), contemplando também o período do socialismo.
Começando em grande estilo, a primeira parada se deu no dia 7 no majestoso Museu Nacional Técnico de Praga (Národní Technické Muzeum Praha), localizado no distrito de Praga 7 e ao lado do vasto Parque Letná (Letenské sady), o maior da cidade e mais do que recomendado para uma boa caminhada e para apreciar a beleza esplêndida do mesmo. Em relação ao museu em si, a parte de meu interesse ─ e que é o assunto deste post ─ é a ala de transportes, um enorme galpão com três andares de passarelas, teto com uma parte de vidro e diversos aviões pendurados. Como eu estou muito distante de ambientes parecidos, então a sensação foi de choque ao entrar em um lugar fascinante com esse!
Edifício do Museu Técnico Nacional de Praga (via)
Decidi então começar pelos automóveis (é claro!), dispostos em ordem cronológica em algumas partes para explicar a história da motorização individual local desde os tempos do Império Austro-Húngaro e da Tchecoslováquia, contando tanto com modelos tchecos quanto com alguns exemplos estrangeiros. Infelizmente a bateria do meu celular não durou o suficiente para registrar tudo o que eu gostaria, apesar de que eu consegui fazer fotos de todos os carros que estavam presentes e mais algumas motos. Fico devendo em relação ao resto e espero que essa "amostra grátis" seja um incentivo para que você não se limite à sua zona de conforto e descubra lugares que estão na contramão dos roteiros turísticos.
Além de fazer as fotos, o que valeu a pena mesmo foi passar um tempão lá apenas contemplando as curvas, vincos e também as imperfeições de cada raridade presente dentro do que pelo menos para mim parecia um parque de diversões. Um pouco menos do que uma tarde foi o suficiente para apreciar somente aquele galpão.
Cenário espetacular sob qualquer ângulo.
Como chegar lá?
Ou melhor, como eu cheguei lá? Locomoção é algo muito fácil em Praga, especialmente no distrito de Praga 1 e nos arredores, portanto encarar uma caminhada de um pouco mais de 2 quilômetros em um dia típico de primavera (típico, porque no dia anterior havia simplesmente nevado!) foi extremamente prazeroso, ainda que incluísse a subida de uma colina. Levei mais ou menos uns 40 minutos para chegar lá ─ bom, confesso que tempo não era a minha principal preocupação lá.
Partindo da rua Na Můstku (pertinho da Praça Venceslas) vire a esquerda, siga pela rua Na Příkopě até se deparar com a Praça da República (Náměstí Republiky). A partir daí você segue pela Avenida Revoluční e pela Ponte Štefánikův até a entrada do Túnel Letenský. Ao lado esquerdo do túnel, há pavimentação para subir a colina, então é hora de malhar as pernas porque alguns trechos são bastante íngremes. Após a subida, você se depara com o prédio do museu. Segue o mapa do roteiro abaixo para você se situar melhor:
Chega de papo e vamos ao que interessa!
Confira agora as estrelas da exposição (me perdoem pela baixa qualidade de algumas fotos!):
Réplica em escala reduzida do primeiro automóvel projetado e construído em território tcheco (1815) pelo engenheiro e inventor Josef Božek (1782-1835)
Benz Viktoria (1893) que pertenceu ao Barão Theodor von Liebeg, então magnata da indústria têxtil da cidade de Liberec; o primeiro automóvel moderno a circular em território tcheco
NW Präsident (1898)
De Dion-Bouton L (1902)
Gardner-Serpollet H (1903-1904)
Laurin & Klement voiturette B (1906)
Velox 8/10 HP (1908-1909)
Renault AX (1909)
Bugatti 13 (1910)
Audi 10/26 HP (1911), o carro mais antigo da marca em existência que se tem notícia
Bedelia BD2 (1912)
Praga Alfa 5/15 HP (1913)
Laurin & Klement RK/M (1913-1921)
Laurin & Klement 105 (1924)
Tatra 11 (1925)
Aero 10 HP (1930)
Walter Standard (1931)
Z-4 (1936)
Praga Lady (1938)
Tatra 80 (1935)
Tatra 77a (1937)
SS Jaguar 3.5 Litre (1938)
Z-5 Express (1936)
Aero 50 HP (1939)
Supermarine Spitfire LF Mk.IXE (1945)
Caminhão do corpo de bombeiros Škoda 154 (1930)
Carro movido a vapor Smekal (1914)
Carro movido a vapor da Shand, Mason & Co. (1882)
ZIS 110 B (1952)
Tatra 87 (1947)
Sodomka Mercedes-Benz 770 Karosa (1939-1952)
Mercedes-Benz 540 K (1939-1942)
Tatra 700 (1997)
Jawa 700 (1935)
Jawa 750 (1935)
Jawa 700 (1936)
Chassi e mecânica do Škoda Octavia (1959-1964)
Chassi e mecânica do Mercedes-Benz 14/30 HP (1911)
Jawa Minor (1938)
Jawa Minor roadster de dois lugares com "banco-de-sogra" (1938)
Jawa Minor conversível de quatro lugares (1939)
Mercedes-Benz W154 (1938-1939)
Bugatti 51 (1931)
Wikov 7/28 Sport (1929-1931)
NW 12 HP "Rennzweier" (1900)
BMW R 11 (1932)
Autfit Ogar 250 (1937)
Jawa 350 DOHC (1939)
Jawa 500 OHV (1931)
Premier 500 SL 39 (1931)
Praga BD 500 (1927)
Čechie-Böhmerland 350 (1937)
BSA 350 L (1926)
Indian Four (1931)
Harley-Davidson J (1928)
Ner-A-Car (1924)
Motor Company 1000 (1924)
Bekamo (1924)
Motocicleta de construção caseira para provas de ciclismo de 1910
Indian (1915)
Walter B (1909)
Slávia CCR (1905)
Čezet 350 OHC versão 500 (1978)
E agora, José? A bateria acabou! O celular descarregou! E da parte das motos até o topo, tudo o que me restou foi contemplar o resto da exposição. De qualquer forma, acho que esta prévia foi o suficiente para atiçar a curiosidade e motivar alguns a visitar esse lugar fascinante caso surja alguma oportunidade. A melhor parte para mim foi saber que lugares equiparáveis ─ não tanto em relação à magnitude do espaço físico ─ ainda estavam por vir.
Por sorte, logo no início, fiz questão de tentar captar alguns ângulos desse cenário surreal como um todo. O difícil lá dentro é escolher algum lado para olhar, porque tudo é impressionante!
Por sorte, logo no início, fiz questão de tentar captar alguns ângulos desse cenário surreal como um todo. O difícil lá dentro é escolher algum lado para olhar, porque tudo é impressionante!
Por enquanto, isto é tudo. As outras sequências de fotos virão gradualmente nos próximos capítulos. Felizmente ainda há muito a ser postado, então fique ligado!
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